Hoje vou falar de um tema que não
capta praticamente ninguém, mas que no entanto mudou toda a história da
humanidade durante dois milénios. Não é segredo para ninguém que me interesso
pela verdadeira religião, melhor dizendo, pela verdade que podemos apenas
adquirir por nossa própria pesquisa e vontade. Dizer que Jesus teve filhos com
Maria Madalena já não choca ninguém. Dan Brown encarregou-se desse facto. Li
então o livro que inspirou esse senhor, um homem que passa a sua vida apenas a
tentar encontrar a verdade de todo um acontecimento histórico que ninguém deve
negar: a existência de Jesus.
Sou mulher. Acredito nas
mulheres. Sei que no mínimo a nossa capacidade mental iguala à de um ser
masculino. Sou uma mulher que sente fé também. Sou uma mulher crente. Por
conseguinte interrogo-me com aquilo que observo, com aquilo que acontece no
mundo. Quantas mulheres vão à igreja? Quantas mulheres veneram padres e
professam uma fé que não acredita nelas? Que não lhes dá uma oportunidade de
pregar, de ensinar aos outros os evangelhos e de celebrar um acto tão simples
como uma missa? Pode ser feminismo puro, mas acho que se trata mesmo é de pura
burrice.
No mundo existem milhões e
milhões de cristãos, uns praticantes, outros nem tanto, mas a maioria crente. Fico
espantada por quase nenhum deles se questionar acerca das leituras que ouvem, dos
comportamentos de que os impelem. Mas será que ninguém pergunta PORQUÊ?
Aceitam-se como cristãos e nada sabem sobre a vida de Cristo. Nada sabem do
Consílio de Niceia, dos actos horrorosos de que santos e papas e bispos mandaram
realizar que fazem com que o Hitler pareça um anjo. Nada sabem acerca de nada e
isto choca-me! Choca-me porque tenho fé, porque quero que a Humanidade sinta o
que foi e o que é Jesus, o que realmente aconteceu e que não vão à missa rezar
um Pai-Nosso que apenas sai da boca e nunca chega ao verdadeiro íntimo da
pessoa!
O primeiro e único líder cristão
que deu poder às mulheres para pregar e lhes mostrou o que era a igualdade foi
o próprio Jesus Cristo. Todos os outros que se seguiram e procuraram proteger
os seus próprios interesses utilizando o nome dele nunca o fizeram! E revolto-me,
porque passados dois mil anos nada muda. E não há uma papisa. E não há mulheres
que possuam o poder de, por exemplo, eleger um papa. Será assim tão difícil
imaginar mulheres cardeais a andar pelo vaticano?
O povo que seguiu a ideia do
verdadeiro cristianismo, que seguia a humildade, a igualdade, o amor pelo próximo
foi queimado literalmente vivo a comando de um santo para a igreja católica e
por um papa chamado Inocêncio, que de inocência pouco tinha. É com prazer e
orgulho que falo deste grupo de pessoas que vendo os bispos recheados com
banquetes e pouco preocupados com a espiritualidade dos outros, resolveram
abdicar dos seus bens materiais e viver eles próprios de forma simples e
honesta, fiéis aos seus princípios e preocupados com a Verdade. Foram os
primeiros mártires da inquisição, pois o papa apercebeu-se que o povinho estava
a perceber que algo ia mal nos corredores da santa e sagrada instituição.
Curiosamente, quanto mais
aprofundo os factos e a pura maldade e destruição que o vaticano arrastou pelo
mundo durante décadas, menos interrogações e dúvidas sinto na minha mente e no
meu íntimo. A fé existe em cada um de nós. A fé sente-se num gesto de carinho.
A fé sente-se num olhar ternurento. A fé sente-se num abraço. Gosto de fechar
os olhos e imaginar Jesus com homens e mulheres, a observarem o campo e que
tranquilamente saboreiam os seus ensinamentos e respiram a bondade.
Jesus ensinou o que tinha para
ensinar e o ser humano nada aproveitou. Aqueles que quiserem a opulência e o poder
impuseram à força uma religião, enfiaram pelos nossos ouvidos textos por eles
próprios escolhidos, e governaram a sua própria pança durante séculos e
séculos. O mais engraçado é que continuam. Uma coisa é certa, Deus me livre de
estar no lugar de um papa às portas de S. Pedro.
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