quarta-feira, 16 de abril de 2014

            Querido Jesus:

 Não sei o que aconteceu desde que morreste neste mundo. Não sei se chegaste a visionar os caminhos que escolhemos após a tua morte, se já sabes o desfecho desta peça de teatro ridícula que se tornou a nossa vida, os nossos valores. Onde erramos? Ou melhor, onde é que não erramos? Tu vieste visitar-nos, deste-nos o exemplo, mostraste a todos nós a verdadeira riqueza da vida. Ensinaste-nos e nós cuspimos na tua cara, quais soldados romanos. Aqueles que se autoproclamaram divinos e seguidores de Pedro escreveram o que quiseram sobre ti, mataram em teu nome, queimaram almas inocentes, morreram de diabetes no meio dos seus banquetes e estrangularam o mundo com o poder dos seus fios de ouro pendurados ao pescoço. Se sabias como isto ia acabar, porque morreste? Porque vieste? Porque não escreveste tu próprio o teu evangelho, o Evangelho de Jesus? Ou escreveste e ainda o vamos ler no momento certo?
Porque não vens ter comigo, porque não te mostras? Porque não apareces e salvas as crianças da fome e as boas pessoas do sofrimento e injustiças? Porque dás tanta liberdade ao ser humano? Liberdade para matar, liberdade para julgar... Liberdade para não acreditar em ti e fazerem piadas daqueles que acreditam. Porque não apareces e resolves tudo de uma vez?
Eu tenho tantas perguntas para te fazer. E faço-as todos os dias. Eu sei que tu, no teu conhecimento, tens tudo pensado e respostas para tudo. Que tens uma resposta para cada uma das minhas dúvidas. Mas sendo eu, Diana, feita à tua imagem e semelhança, filha de Deus, tendo um pedaço de divino dentro de mim (qual cátara), peço-te que me respondas, directamente, aos meus desassossegos.
Estou à beira mar, a olhar para a sua imensidão e a pensar porque existo afinal, aqui, no planeta terra, que nada é no meio do universo. Se o planeta terra é um grão de areia, imagina como eu sinto que é a minha existência ou as minhas dúvidas. Sei que cresci, que tenho de trabalhar para comprar comida e ter uma casa para dormir e umas roupas ao meu gosto. Mas porque tem de ser assim? Porque não posso apreciar o mundo que me deste sem preocupações e ter tempo para te procurar nos quatro cantos da terra? Não terei fé suficiente?
Eu tento procurar-te, mas não sei como te encontrar. Por isso imploro-te que me respondas a esta carta nem que seja com um abracinho a querer dizer: "Eu estou aqui.".















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