sábado, 23 de julho de 2011

Campeonato Nacional de Escrita Criativa - 1ª jornada

Desafio da semana:

Pense num produto sem o qual não poderia viver. Agora imagine que a marca anunciou que o vai tirar, em breve, do mercado. Escreva para a empresa a tentar demovê-los dessa decisão.

Ainda tenho esperança que acorde e que isto não passe de um pesadelo. É o fim. Apesar de a escrita não ser de todo o meu forte, não podia deixar de vos escrever uma carta, esta carta.
Todos nos apontam para a insignificância da vida sem amor. Lutamos pela liberdade das nossas escolhas e olhamos para o sexo oposto com ousadia e travessura, fazendo uma expressão puramente brejeira e gulosa. Mas se o amor é belo, como iremos praticá-lo agora?! A vida assim não faz sentido.
Poderia ir à falência qualquer empresa, qualquer uma! Mas logo aquela que produz os preservativos mais seguros do mercado?! Imaginar um mundo em que não se pode ter prazer porque sim é simplesmente cruel… Poderiam acabar os telemóveis, os saldos, até o petróleo! Preferia andar a pé do que deixar de sentir os corpos suados e escorregadios, deslizando um no outro… Mas não sentindo temor! Pânico! Pânico é o que vai emergir após o doce e salgado prazer, carinhosa ou simplesmente bruta satisfação. Cada qual é que sabe do que gosta.
 Já o clímax…Tão doloroso que é agora pensar nesse momento de pura loucura: audível entre os gemidos e perceptível a cada contracção de deleite... Segundos singulares em que o mundo fica suspenso no tempo e a vontade carnal, essa fraqueza não humana, mas animal, sempre vence.
E aparecem descendentes, doenças e mais descendentes. Pecado, no fundo, isto é apenas pecado. Pecado não mortal, porque ainda se desconhece que o delírio libidinoso mate. Já a crise, essa assassina que chacinou a vossa empresa, pode destruir milhões e milhões de humanos com tal bárbaro acto.
A minha indignação não pode ser deslocada dentro desta folha de papel. As consequências desta falência muito menos. Resta-me implorar que alguma alma bondosa, em vez de ajudar os refugiados em África, socorra a vossa empresa.
E já agora, se esta será uma sentença de morte para os ilustres dos mortais, que dizer do fado cruel de nós, vulgarmente chamadas e comummente procuradas, prostitutas?!


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